Defesas

Banca de DEFESA: DALILA MARIA SILVA DE MACÊDO

DATA: 28/02/2025
HORA: 10:00
LOCAL: DEFESA DE DISSERTAÇÃO
TÍTULO: A REPRESENTAÇÃO DO NEGRO ESCRAVIZADO EM CANTIGAS DE CAPOEIRA: IMAGINÁRIOS E MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO DISCURSO
PALAVRAS-CHAVES: Cantigas de capoeira; Semiolinguística; discurso; negros escravizados.
PÁGINAS: 129
GRANDE ÁREA: Linguística, Letras e Artes
ÁREA: Linguística
RESUMO: A presente pesquisa tem por objetivo realizar uma análise Semiolinguística de cantigas de capoeira, considerando-as como atos de linguagem ancorados em circunstâncias enunciativas, com foco nos modos de organização dos discursos e nos imaginários sociodiscursivos. Partindo disso, tem-se como principal base teórico-metodológica a Análise do Discurso Semiolinguística (ADS), de Patrick Charaudeau. Trata-se de uma pesquisa básica quanto à natureza; primária no tocante às fontes de informação; qualitativa quanto à abordagem; descritiva quanto aos objetivos e documental no que concerne aos procedimentos técnicos. O corpus foi composto por dez cantigas de capoeira selecionadas no período de 2022 a 2024. Os resultados alcançados apresentam as cantigas como atos de linguagem que possuem como sujeitos comunicantes os compositores enquanto seres sociais que passam a ser enunciadores quando representam um papel de porta-vozes dos negros escravizados. Os sujeitos destinatários são o público-alvo das cantigas, os praticantes de capoeira. Já os interpretantes são todos aqueles que interagem com as cantigas, de alguma maneira. Verificamos, ainda, os processos de transformação (com os princípios de nomeação, qualificação e ação) e de transação (com os princípios de alteridade, pertinência ou relevância, influência e regulação) como meios de representar a realidade dos negros escravizados no Brasil, assim como, suas ações em busca da liberdade. No que concerne aos imaginários sociodiscursivos, notamos ressignificações de conhecimentos compartilhados, pois, apresentam-se imagens do negro escravizado como guerreiro, herói e resistente e não apenas no papel de vítima passiva perante o sistema de dominação. Esses imaginários ancoram-se em saberes de conhecimento científico ou de experiência e em saberes de crença-revelação ou de opinião. Quanto aos modos de organização dos discursos, constatamos uma enunciação predominantemente elocutiva e delocutiva, ao passo que, na organização descritiva, verificamos o EUe que nomeia, localiza/situa qualifica os sujeitos e suas ações significativamente eficazes para alcançar a finalidade discursiva de contar. Já o modo narrativo é estruturado a partir da lógica narrativa com a identificação dos princípios de coerência, intencionalidade localização, além da encenação narrativa, em que estão descritas as posições do sujeito ora como autor-indivíduo ou escritor, ora como narrador-historiador ou contador de histórias em busca de alcançar os leitores/ouvintes reais que são também leitores/ouvintes destinatários. Por fim, concluímos que as cantigas se apresentam como manifestação linguística carregada de sentidos e valores ideológicos cuja organização discursiva busca denunciar os horrores da escravização, assim como enaltecer a resistência e bravura do povo negro no Brasil.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente – 1308749 – JOAO BENVINDO DE MOURA
Externo à Instituição – 013.***.***-83 – LUÍS HENRIQUE SERRA – UFMA
Interno – 1790769 – MARAISA LOPES